segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O sopro

Nas águas do mar azul 
moléculas unidas dançam com o vento
e assim,  vivem seu momento. 

As ondas pegam fôlego maior,
inspiram profundamente
e logo expiram um sopro intenso 

Ao chegar na praia
as espumas fazem desenhos na areia
Assim como as nuvens
que da mesma maneira 
se unem por um breve instante

Percebem-se uma à outra
percebem-se no mesmo mar
e tão logo, sem perceber
Se desfazem e retornam
para o mesmo lugar

Onde tudo se une novamente
e renasce com mais um sopro

Imaginação de criança

Esta é a história dos sonhos

Aqueles intensos e imensos
envolvidos em luzes resplandecentes 
com campos verdejantes
sobre um
cotidiano suspenso

É aquela sensação de ver tudo em detalhes nítidos
como se fosse a primeira vez
dentro de cada novo olhar
dentro de cada novo descobrir
dentro de cada novo despertar

Olhos que brilham
continuem a brilhar!





segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Tenho
uma verdade que ainda existe 
enquanto dentro de mim ela está
e me mantenho com gestos guardados,
com palavras não ditas e olhares contidos

Enquanto a tenho, posso torna-la colorida,
mantê-la dolorosa ou até deixa-la divertida
dentro de mim, posso torna-la real
posso criar formas de te machucar,
de te surpreender e até te espantar
tenho-a, só enquanto me contenho

Uma verdade só existe quando sentida pela primeira vez
e essa, é a única oportunidade

Com união dos nossos símbolos,
das nossas interpretações e das nossas certezas
essa verdade se desvanece e morre
você capta o que percebe
e expõem com o que te construiu
e então, nasce uma nova verdade.

Aquele pedaço de mim
que em partes quebradas resolveu se distrair
foi se escondendo durante esses dias
formando uma fenda, com um vazio imensurável
trazendo um peso insustentável
quando me dou conta
sinto que preciso preencher
o corpo e a alma que pedem leveza
de que forma alcança-la?
as partes devem ser as mesmas?
o espaço a ser preenchido deve ser o mesmo?
o que me completa, afinal?
não são somente caprichos realizados
nem expectativas atendidas
é o que não se classifica
não se nomeia, nem se enxerga
se sente?
não sei, ainda espero
nada tão egocêntrico
nada tão consciente também
tudo tão sentimento...
um pouco de cada, talvez...
me pegou de novo né?
ahhh, tem tanto tudo em nada
tem tanto nada em tudo...
isso me confude

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Simples movimento




Onde os sentidos por vezes adormecidos quando excitados se movem
entram as ondas, abrem as portas, soam as notas
interagindo, vibrando desde então
a intuição, sem exaltação a razão

Sensação quando unida ao corpo acolhida move-se aos passos do tempo
no princípio o coração contrai, no belo movimento que faz
a irrigação para as artérias, dos músculos agitação,
a expressão da alma é vista, é intrínseca na canção

Quando tudo começa com o outro, que a fez florescer
A vida da música vinda  do outro corpo a estender
ao tocar seu instrumento, ao mostrar ser como o vento
Simples movimento


sábado, 4 de junho de 2011

O eterno sonhar




Nascendo se enxerga a luz que entrega ao nó que a vida se faz
Tão doce infância com a mesma distância dos sonhos que ficam pra trás
Crescendo e filmando, com o mundo mudando do fraco ao intenso sabor
Das coisas que impedem, do que é proibido do certo e do imenso pudor

Surgindo caminhos, seguindo instintos, na dúvida em ser racional
Tão puros amores, e donos das dores que a mente transforma em letal
Perdendo e sofrendo, pisando e moendo o tempo que já se desfaz
Buscando a saída, num tom suicida que nem sempre é tão eficaz

Dançando no ritmo dos olhos alheios, impondo uma vida melhor
Tão grande o anseio, sem seu devaneio, e a ambição cada dia maior
Matando e enganando, e sempre adiando aquela tão procurada
Da mais refletida, tampouco vivida, implorando para ser encontrada

Guiando e criando, os caminhos encontrando um sentido, um novo valor
Tão simples a vida que nunca é perdida, pois dela renasce uma flor
Buscando, querendo, e aos poucos perdendo aquilo que faz respirar
Do mundo deixando, restando apenas o sonho e o eterno sonhar


Cintia